segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Namoros neuróticos



Antes de prosseguir na leitura deste texto, recomendo a leitura aprofundada do artigo sobre neurose. É uma leitura imprescindível para entender tal fenômeno dentro da esfera amorosa.

Em linhas gerais, neurose (...)"trata-se de uma reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida (Reação Vivencial). Neurose é uma maneira da pessoa SER e de reagir à vida. A pessoa É neurótica e não ESTÁ neurótica.Essa maneira de ser neurótica significa que a pessoa reage à vida através de reações vivenciais não normais; seja no sentido dessas reações serem desproporcionais, seja pelo fato de serem muito duradouras, seja pelo fato delas existirem mesmo que não exista uma causa vivencial aparente."(Vide fonte)

Através dos anos tem se tornado freqüente,no meu consultório, encontrar pessoas, em especial mulheres, cujos relacionamentos se transformaram em uma relação neurótica, gerando insatisfação e uma incapacidade de “quebrar” tal laço afetivo.

De acordo com minha observação, os relacionamentos neuróticos se caracterizam por serem:

1.Imaturos por não possuírem “profundidade” relacional, ou seja, o casal não consegue “se entender” por não entenderem a si próprios e seus parceiros;

2.É comum existirem experiências traumáticas, geralmente vivenciadas na infância, que são transferidas para a relação atual, causando constantes “brigas sem motivos”, que terminam minando a relação;

3.Incapacidade de enxergarem o outro conforme ele realmente é, distinguindo o parceiro de suas fantasias infantis. Geralmente, casais neuróticos enxergam os parceiros pelo prisma fantasioso, causando uma decepção atrás da outra, posto que, na maioria das vezes, as pessoas não são aquilo que gostaríamos que elas fossem.

4.A característica predominante neste relação é a percepção de que algo está errado, que não há compensação emocional, mas a pessoa se sente impossibilitada de “dar um ponto final”. Quando o conseguem fazer, ao invés de dar um “ponto final” (fechando uma relação , deixando-a bem resolvida), geralmente é dado “reticências” , ou seja, a relação continua “aberta”, não-resolvida, podendo ser reatado o laço neurótico a qualquer momento;

5.Outra característica comum nestes relacionamentos é a anulação de um dos parceiros. Em linhas gerais, devido a questões de estima, alguém da relação passa a se anular na esperança de “convencer” o parceiro a mudar e, conseqüentemente, a relação. Infelizmente, tal tentativa é frustrada e serve apenas como uma retro-alimentação do esquema neurótico.

6.Outros pontos a serem observados nestas relações estão listados no artigo sobre mulheres que amam demais.

Diante de tal quadro, o quê fazer?

Como “cada caso é um caso”, é impossível listarmos uma “receita” para sair de tal ciclo vicioso. Porém, podemos apresentar algumas sugestões que, diante de minha experiência analítica, tem funcionado na maioria dos casos. Vejamos algumas destas sugestões:

1.Mude o foco da relação de EU e ELE (A), e comece a pensar como CASAL. Cito este fato porque, na maioria das vezes, os parceiros estão tão ensimesmados que esquecem que são um casal. Devido a este “egoísmo relacional”, é comum haver sobrecarga emocional sobre um dos parceiros, gerando insatisfação na vida amorosa. Enxergar-se como parte de uma RELAÇÃO à dois, é essencial para amenizar a culpa e a lidar com os problemas.

2.Procure um tratamento psicanalítico para lidar com suas questões traumáticas/existenciais. Como citado anteriormente, um dos grandes vilões das relações amorosas são as “feridas traumáticas” que foram formadas ao longo da vida;

3.Trabalhe a culpa em sua mente. Culpa e mudança não andam na mesma mão. É comum nestes relacionamentos neuróticos haver bastante culpa por parte de um dos parceiros, o que impossibilita a melhora da RELAÇÃO. Deve ser observado que, quando estamos com outra pessoa ao nosso lado, caminhando rumo a um futuro, passamos a ser DOIS, e não apenas UM. Portanto, todas as coisas boas são divididas/desfrutadas pelo casal, e, seria justo achar que a culpa de algo errado na relação é apenas de um dos lados? Porque não colocar a culpa em seu devido lugar na relação? Ao invés de usar a culpa como um algoz relacional, porque não usá-la como ferramenta de mudança, enxergando onde o CASAL errou e mudar para melhor?

4.Tire um tempo para você. Em todas as relações existem a vida do CASAL, a vida do PARCEIRO e a vida da PARCEIRA. Devemos, sempre, respeitar a vida particular do companheiro, para podermos ter uma vida amorosa equilibrada. Não respeitar estes limites é abrir brechas emocionais que poderão gerar outros problemas mais sérios do que uma neurose amorosa.

5.Reveja suas fantasias acerca do “homem ideal” e da “mulher ideal”. Todos nós sonhamos, desde infância, encontrar alguém que nos preencha em todas as nossas carências e nos decepcionamos quando, em determinado momento, encontramos alguém dentro de nossos “padrões”que, posteriormente, se torna “um sapo” novamente, posto que não atendem à todas nossas expectativas. Casais felizes, são aqueles que aceitam o outro como ele é, e não apenas como projeção de fantasias infantis. Em namoros neuróticos é comum vermos um dos parceiros instando com o outro de que “ele(a) mudou”, e que “nada mais é como antes”. Na realidade, são apenas projeções sendo desfeitas, pois ninguém é perfeito... só mesmo em nossas fantasias infantis.

Estas são apenas algumas sugestões para lidar com uma relação neurótica. Em alguns casos, o melhor a se fazer é se separar, demonstrando, através deste ato, uma verdadeira prova de amor.

Apesar de parecer uma idéia paradoxal, a história a seguir, que costumo contar para alguns pacientes meus, pode esclarecer um pouco este ponto:

Existem dois tipos de amor.
Um tipo é daquele que, ao passar em uma praça, enxerga uma rosa que admira muito. Ao ver tal rosa, o coração dispara e o desejo é arrancar aquela rosa e levá-la para casa, apesar de saber que, dias depois, aquela rosa murchará.
Este é um tipo de amor.
O outro tipo é semelhante aquela pessoa que vê a mesma rosa, que a admira e sabe que, se a levar para sua casa, para sua intimidade, ela morrerá. Diante de tal possibilidade, a pessoa pensa: “Amo muito esta rosa. Sei que se a levar comigo, ela morrerá. Prefiro deixá-la onde está, em seu habitat, pois, mesmo que tenha que passar todo dia aqui para admirá-la, saberei que ela está feliz por não ter sido “arrancada” de sua terra.”


Em resumo, o verdadeiro amor deixa o outro livre para ser quem ele é sem sufocá-lo.
Minha pergunta final é: Que tipo de amor você tem vivido?

Pense nisso!

Walter Marques

Leia mais:


Mulheres que amam demais

Co-Dependência

Características de uma mulher que se recuperou de amar demais
A menina e o pássaro encantado

Um comentário:

lISANDRO hUBRIS disse...

Título:
As mulheres preferem os cafajestes
Autor: Lisandro Hubris
Formato: pdf
Tamanho: 1 MB
Ano: 2013
Enviado por: Lisandro Hubris
Enviado em: 16/01/2014
Reeditado em: 07/09/2015
Classificação: seguro
Sinopse: Eu sei que é impossível escrever uma manual para tanta variedade existente de mulheres. Até porque ninguém é sábio o suficiente para entender o amor entre os humanos. E apenas estou explicando alguns segredos da sempre nova arte de conquistar. Bem como, mostrando como é ridículo as mulheres que tiveram a sorte de casar com algum atleta sexual, ou com algum macho bonito, se descabelar por ser chifruda; e por não entender que o seu parceiro super especial nunca foi só seu, mas sim, do mundo... Até porque, na eterna busca por “Carne fresca”, para alastrar os seus genes pelo mundo, ou para mudar de “cardápio”, os Alfas sexuais, (ao contrario dos Alfas intelectuais), não resistem aos encantos (cada dia mais deslumbrantes), de alguma nova e irresistível armadilha sexual, que se oferece ao primeiro que consiga satisfazer as suas volúpias.
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